terça-feira, 19 de agosto de 2008

Chuva...

Já há muito que aprecio fado. Talvez por estar numa fase mais saudosista, o meu universo musical tem se inteirado de músicas de Mariza, Ana Moura, Camané entre muitos outros fadistas que pouco à pouco começo a descobrir. Há músicas que marcam pela suas letras e pela sua sonoridade e principalmente pela forma e pela alma com que são cantadas. Jorge Fernando é um compositor que já escreveu para vários fadistas. As suas letras transparecem sentimentos e relatam experiências que se transcrevem para as melodias que as acompanham. Acompanha Ana Moura no seu percurso, que como grande fadista que é, canta e encanta com a sua voz doce, mas não menos encantadora. Aproveito para colocar um fado de Fernando Jorge, mas interpretado por Mariza que me rendeu aos seus encantos, porque as coisas vulgares que há na vida, não deixam saudades...

“Chuva”
As coisas vulgares que há na vida
Não deixam saudades
Só as lembranças que doem
Ou fazem sorrir
Há gente que fica na história
da história da gente
e outras de quem nem o nome
lembramos ouvir
São emoções que dão vida
à saudade que trago
Aquelas que tive contigo
e acabei por perder
Há dias que marcam a alma
e a vida da gente
e aquele em que tu me deixaste
não posso esquecer
A chuva molhava-me o rosto
Gelado e cansado
As ruas que a cidade tinha
Já eu percorrera
Ai... meu choro de moça perdida
gritava à cidade
que o fogo do amor sob chuva
há instantes morrera
A chuva ouviu e calou
meu segredo à cidade
E eis que ela bate no vidro
Trazendo a saudade